quarta-feira, 14 de setembro de 2011

PROJECTO DE INTERVENÇÃO DE APOIO PSICOSSOCIAL EM PESSOAS IDOSAS





PROJECTO DE INTERVENÇÃO DE APOIO PSICOSSOCIAL EM PESSOAS IDOSAS





CÉLIA CARREIRA














INTRODUÇÃO

            No âmbito da Pós-Graduação em Gerontologia Social, foi-me proposto, a elaboração de um projecto de intervenção tendo em vista a aplicação do mesmo num futuro próximo.
            A importância do tema em estudo prende-se não só com a análise de uma melhoria substancial de vida de pessoas idosas, tendo como objectivo a implementação de medidas que visam minimizar situações de risco de isolamento social e exclusão social.
Na tentativa de saber as consequências que implicam a solidão, tendo em conta os riscos fisiológicos, psicológicos e sociais, desenvolvi um projecto de actividades psico sociais ao domicílio, com vista à concepção de uma proposta de melhoria do sistema de apoio domiciliária a idosos.
O presente projecto tem como objectivo principal a implementação de uma proposta de melhoria do sistema de apoio psicossocial domiciliário, visando proporcionar melhores condições de vida activa em pessoas idosas.           
            A metodologia utilizada para a elaboração do presente projecto, numa primeira fase a elaboração de actividades para idosos e a caracterização da população alvo, tendo para isso, sido consultado a documentação indicada no decurso da frequência da Pós- Graduação em Gerontologia Social, assim como toda a bibliografia complementar.
 Numa segunda fase, foram efectuadas visitas de acompanhamento às actividades desenvolvidas pelos idosos em suas casas, isto é, foi utilizada a observação directa das condições de vida.
Por último, visando proporcionar melhores condições de vida activa, realizou-se uma proposta, tendo em atenção a legislação aplicável.
           






I -  APRESENTAÇÃO DO PROJECTO

O presente projecto oferece um tratamento especializado e personalizado, reabilitação física e mental, assim como, cuidados de assistência a pessoas idosas que o necessitem, é sem dúvida um dos principais intuitos dos Centros de Dia.
Estes centros estão organizados de forma a poderem oferecer actividades permanentes e variadas, lúdicas e construtoras de um envelhecimento saudável, fomentando uma melhor qualidade de vida.
De modo a evitar o declínio funcional e cognitivo do idoso, equipas de trabalho especializado e interdisciplinar intervêm em três áreas fundamentais: a reabilitação funcional, a supervisão médica e o suporte social.
Neste tipo de assistência, o idoso tem um suporte social durante o dia, mergulhando, muitas vezes, na solidão com o regresso ao domicilio (depressão, baixa auto-estima, sentimento de inutilidade e isolamento crescente).
A nossa proposta surge no âmbito de contrariar esse ciclo e promover uma qualidade de vida saudável, que passa pela valorização pessoal e psicológica, potencializando as capacidades que possuem, para que se sintam bem com eles próprios e úteis na sociedade onde estão inseridos.













NATUREZA DO PROJECTO

O projecto está organizado de forma a ter actividades construtoras de um envelhecimento saudável, dentro as quais destaco:
- Apoio Psicológico;
- Interacção Social;
- Para conversar e fazer companhia ao Idoso;
- Ver Televisão ou Rádio e comentar os diversos programas visionados;
- Leitura de Histórias e contos;






















FUNDAMENTAÇÃO DO PROJECTO

A nova geração de políticas sociais em Portugal tem sido orientada no sentido de, por um lado, dar resposta às necessidades das famílias modernas, cujos modelos de organização requerem a disponibilização de novos serviços, principalmente com vista a facilitar a conciliação da vida familiar e profissional.
A mudança que se vem operando no sistema de protecção social continua a incorporar elementos ao nível da cobertura das prestações sociais na Terceira idade, havendo  actualmente uma melhoria da eficiência do sistema e promoção da proximidade dos serviços aos cidadãos.
A fundamentação deste projecto, surge na continuidade de serviços sociais prestados, nomeadamente a idosos, porque se torna claro que a oferta, especialmente ao domicilio, mantendo ainda, insuficiente a oferta deste serviço, quase inexistente.


















II- ENQUADRAMENTO TEÓRICO

O debate gerado em torno do envelhecimento e das respostas sociais de apoio aos cidadãos idosos, têm adquirido nos últimos anos e particularmente nas sociedades ocidentais, crescente actualidade e relevância. A notoriedade desta questão, encontra-se na centralidade que o tema tem tido no discurso político e social e na proliferação de iniciativas mais ou menos visíveis e mediáticas que têm como preocupação central questões ligadas a velhice e ao apoio social.
Marcos fundamentais no campo do apoio social foram também as investigações levadas a cabo por Caplan (1974), Cassel (1974 e 1979), Cobb (1976), Barrón (1996), Vaux (1988), Faria (1999), Vaz Serra (1999), e Matos e Ferreira (2000).
O seu interesse deriva não só do facto de terem aberto caminho ao desenvolvimento e conceptualização deste constructo, mas porque a partir delas foi possível conhecer os efeitos sobre a saúde e bem-estar de diferentes tipos de relações, (relações intimas a integração social), passando pelo estudo das redes sociais nos seus aspectos estruturais e
funcionais.
Na literatura das redes de apoio social é frequente encontrar termos diferentes, mas que pretendem significar aspectos semelhantes. Assim rede social, rede de suporte formal ou informal, rede natural de ajuda, serviços de suporte, etc., são termos muitas vezes usados indistintamente e nem sempre da forma mais adequada.
Podemos dividir as redes sociais de apoio à pessoa idosa em dois grupos principais: as redes de apoio formal e as redes de apoio informal. No grupo constituído pelas redes de apoio formal, incluem-se serviços estatais, de segurança social e os organizados pelo poder local (Lares para a Terceira Idade, Serviços de Apoio Domiciliário, Centros de Dia) (Nogueira, 1996). Nos de apoio informal, estão incluídos por um lado as famílias do próprio idoso e por outro, os amigos e os vizinhos de que não falaremos uma vez que é um assunto a abordar posteriormente.
As redes sociais de apoio revestem-se de importância crucial nos idosos dado que o sentimento de ser amado e valorizado, a pertença a grupos de comunicação e obrigação recíprocas, levam os indivíduos a escapar ao isolamento e ao anonimato.

APRESENTAÇÃO DA PROBLEMÁTICA

As alterações sofridas pelas sociedades  modernas  e  o  seu  reflexo  nos  contextos  europeus  e  mundiais,  onde prevalecem prioritariamente os conceitos de optimização da economia, levam-nos a dar articular atenção ao impacto que estes  fenómenos  produzem  nas  famílias,  bem  como nos grupos mais vulneráveis dos quais destacamos os idosos.
A  sociedade contemporânea,  tida como  sociedade  de consumo,  rege-se  por valores  materiais  o que  implica  ter  como principal  objectivo  a  rentabilização da produção em que  se privilegiam  apenas  os indivíduos  activos. Em  consequência, tudo isto  exerce efeitos  negativos sobre  os  cidadãos,  criando  situações  “stressantes”, geradoras de doenças e que de algum modo poderão diminuir a capacidade produtiva da
pessoa mais fragilizada.
O  idoso  sem  autonomia é  rapidamente excluído do  trabalho,  das  funções  de aquisição de produção, manutenção e transmissão de conhecimentos. Sendo assim, não será difícil de prever que, nestas circunstâncias, ele tenda ao isolamento e ao isolar-se assuma cada vez mais uma situação de dependência.
Neste cenário,  o que  nos  é  permitido observar,  é  que tanto  a  velhice como o envelhecimento da população têm sido equacionados entre nós, nos últimos anos, como uma  patologia.  Este  fenómeno  encontra explicação  no  contexto da cultura  ocidental, onde é dominante um modelo de desenvolvimento, assente fundamentalmente sobre os mitos do crescimento económico e do produtivismo, do qual resulta uma visão redutora
do  homem  e  da  sociedade,  que  se encontra  dividida  pelo  mercado de  trabalho  entre
membros activos e membros inactivos.
Portugal  não  é excepção  ao  contexto descrito  e  poderemos  confirmá-lo pela mensagem proferida pelo Ministro da Solidariedade Social, no Seminário “Envelhecer: um  Direito  em  Construção”  (1998)  e  que  passamos  a citar:  “estão  a  dar-se  grandes transformações  estruturais  na  sociedade  portuguesa: transformações  demográficas, económicas, sociais e culturais, de que o envelhecimento é um efeito e ao mesmo tempo
um factor. Trata-se de um fenómeno global, que afecta não só os idosos, mas também as famílias, todos os meios e estratos sociais, nalguns dos quais com particular gravidade, colidindo com a capacidade das famílias em responder a esse desafio. É um  fenómeno
social que a todos diz respeito...”
As  transformações  aludidas  têm  expressões  diferenciadas  e  singulares  no território  nacional,  quer  nos  contextos  socio-urbanísticos  quer  nos  contextos sócio-rurais.
Fala-se  no  problema do  envelhecimento como um  fenómeno que  preocupa cientistas  e  governantes,  e  que  se  faz acompanhar  de  um  espectro de  dificuldades relacionadas com o encargo dos idosos sobre as gerações futuras, os vários custos que o seu grande  número  representa,  a  falência  dos sistemas  de  reforma,  e  de  forma  mais pessimista,  o  “conservadorismo” e a  falta  de  vitalidade e  dinamismo que  tal envelhecimento acarretará para as sociedades (Fernandes, 1995).
Ao tornar-se  um  problema  social,  a  velhice  passou  a  mobilizar  gente,  meios, esforços  e atenções  considerados suficientes.  A  preocupação  em  encontrar  soluções evidencia-se no aumento de estudos e de investigadores, que centram as suas atenções nas pessoas idosas.
Decorrente  deste  processo de  legitimação do  problema  social  de  velhice, constitui-se um campo de produção e gestão de bens especificamente orientados para os idosos e que tende a generalizar-se e a oferecer produtos diversificados.
A  evolução das  relações  entre  gerações,  bem  como  a  produção  einstitucionalização de  medidas  especificamente  orientadas  para a  velhice  passou  a designar-se  por  políticas  de velhice,  entendendo-se estas  como  “o  conjunto de intervenções  públicas,  ou  acções  colectivas,  cujo objectivo  consiste  em  estruturar  deforma explícita  ou  implícita as  relações  entre a velhice e a  sociedade”  (Fernandes,1997).
Esta  “consciencialização  social”  levou  a  que  os  encargos  com  idosos  que anteriormente eram  da  responsabilidade  da  família  ou  de  particulares  fossem transferidos para instâncias despersonalizadas e burocratizadas, em que as relações entre os  agentes se  operam  de  forma  anónima  ignorando  mutuamente  as  suas  existências (Lenoir, 1997).
Com esta nova forma de gestão dos problemas sociais, resultantes da velhice e do envelhecimento demográfico, os conflitos de interesses  reduzem-se a confrontações entre responsáveis político-administrativos e especialistas de instituições, num processo que se tem verificado lento.
Uma  breve análise  sobre as “ políticas  de  velhice”  em  Portugal  mostra  (como refere Quaresma, 1998) que “até ao  final da década de 60 os problemas  da  população idosa não  foram objecto de uma política  social específica, pelo que a protecção  social dos indivíduos deste grupo se revela quase inexistente”.
Na opinião de Gomes (2000), só em 1969 se inicia a discussão na Assembleia Nacional sobre  os  problemas  da  população  idosa  no  nosso país,  o  fenómeno do envelhecimento da população e a política de velhice.
Em  1971,  é  criado o serviço de  Reabilitação  e  Protecção  aos  Diminuídos  e Idosos, no âmbito do Instituto da Família e Acção Social inserido na Direcção Geral da Assistência Social, que vinha substituir o Instituto de Assistência aos Inválidos.
Esta mudança é importante por criar pela primeira vez um Departamento com afinidades no estudo e na procura de soluções para os problemas da população idosa.
Será  em  1976,  após  as  mudanças  políticas  em  Portugal,  que a nova Constituição  consagra  o  Direito  à  Segurança  Social  e  que  se  mantém  após  a  revisão constitucional  de  1992.  A  anterior  Assistência  Social  deu  lugar  à  Acção  Social  “que enquadra  o  conjunto de acções  desenvolvidas  através  de  serviços  e  de equipamentos
sociais  de apoio  individual  e  familiar  bem  como de  intervenção  comunitária,  que também integram o antigo sistema de assistência social”.
As  alterações  no quadro da  política  social,  bem  como o  aumento da  procura, repercutiram-se  no  alargamento da  rede  de instituições  de alojamento para idosos,  na
medida em que, paralelamente às mudanças políticas, ocorriam as mudanças no tecido e contexto social. Em consequência emerge uma acção social que, na sua maior parte, é exercida  por  instituições  particulares  de  solidariedade  social  e  outras  organizações privadas  apoiadas  financeiramente  pelo  Estado,  mediante  protocolos  de cooperação (Neves, 1998).
Embora  os  apoios sociais  e  financeiros  dirigidos  aos  idosos se continuem  a revelar  insuficientes  no  nosso país,  parece-nos  relevante  salientar  algumas  formas  de equipamentos disponíveis, nomeadamente:
Lares  de  Idosos –  equipamentos  colectivos  de alojamento permanente  ou temporário,  destinados  a  fornecer respostas  a idosos  que  se encontrem  em  risco,  com perda de independência e/ou autonomia.
A insuficiência de lares de idosos estatais tem dado origem a uma  verdadeira proliferação de  lares  privados  (que  visam  essencialmente  fins  lucrativos),  que  muitas vezes  funcionam  clandestinamente e  sem  as  condições  que confiram  aos  idosos  o mínimo de dignidade.
Lares  para  Cidadãos  Dependentes –  constituem  respostas  residenciais  a idosos, que apresentam um maior grau de dependência (acamados).
Centros  de Dia –  constituem  um tipo de apoio dado  através  da  prestação de um conjunto de serviços dirigidos a idosos da comunidade, cujo objectivo fundamental é  desenvolver  actividades  que  proporcionem  a  manutenção dos  idosos  no  seu  meio sócio-familiar.
Centros  de  Convívio –  são  centros  a  nível local,  que  pretendem  apoiar  o desenvolvimento de um conjunto de actividades sócio-recreativas e culturais destinadas aos idosos de uma determinada comunidade.
O Apoio Domiciliário – consiste na prestação de  serviços, por ajudantes e/ou  familiares  no domicílio dos  utentes,  quando  estes,  por  motivo de doença  ou  outro  tipo de  dependência,  sejam  incapazes  de assegurar temporária ou permanentemente a satisfação das suas necessidades básicas e/ou  realizar  as suas  actividades  diárias.  É  um  tipo de apoio que conquistou muitos adeptos, na medida em que se caracteriza pela prestação de  um  serviço de  proximidade com  cuidados  individualizados  e personalizados. Além disso, é preservada a família e a casa que constituem para o idoso um quadro referencial muito importante para a sua identidade social.
Acolhimento  Familiar –  consiste  em  apoios  dados  por  famílias consideradas idóneas  que acolhem temporariamente idosos,  quando  estes não  têm  família  natural  ou  tendo-a  não  reúne esta condições  que proporcionem um bom desempenho das suas funções.
As Colónias  de Férias  e  o Turismo  Sénior –  são prestações sociais  em equipamentos  ou não,  que comportam  um  conjunto de actividades  que pretendem  satisfazer  as  necessidades  de  lazer  e  quebrar  a  rotina, proporcionando  ao  idoso um  equilíbrio  físico,  psíquico,  emocional  e social.
O  Termalismo –  é  uma  medida  que  visa  permitir  aos  idosos  em  férias tratamentos  naturais,  reduzindo  assim  o  consumo de  medicamentos. Proporciona também  a  deslocação temporária  da  sua  residência  habitual, permitindo deste  modo o  contacto  com  um  meio  social  diferente, promovendo a troca de experiências, que quebram ou reduzem o frequente isolamento social.
Não    dúvida  que as  respostas  sociais  organizadas são    bastantes  ediversificadas,  no  entanto,  o  ritmo de crescimento da  população  idosa  tem  sido  tão acelerado, nos últimos anos, que estas não têm conseguido acompanhá-lo e satisfazê-lo.
Por  isso,  importa criar  um  novo  modelo de  desenvolvimento,  uma  maior prioridade à política social como elemento desse modelo, a abertura a novos valores, em especial à solidariedade, a práticas profissionais e institucionais com maiores níveis de corresponsabilidade, coordenação e interdisciplinaridade, bem como a mobilização dos recursos necessários à efectivação dos direitos e das aspirações dos idosos  (Rodrigues, 2002).
Não obstante, qualquer estratégia adoptada ou a adoptar deixará de ter sentido, se  não  for  dada atenção  à individualidade  da  pessoa idosa,  respeitando os  projectos  e trajectos, que dela fizeram um potencial amadurecido de experiência.
Com  o  advento das  transformações  fisiológicas  e  psicológicas  ocorridas durante o processo de envelhecimento, o idoso tende, com o avanço dos anos, a viver uma vida social mais restrita, cingindo-se deste modo cada vez mais à sua família. Em consequência,  esta  torna-se  um  factor  básico  não    à  sobrevivência  do  idoso,  mas também para que este  se mantenha emocionalmente equilibrado,  face às contingências do declínio biopsiquicossocial.
De  facto, a  família é  uma célula  fundamental,  enquanto lugar  privilegiado de trocas intergeracionais. É aí que as gerações se encontram, se interajudam e completam de  forma  intensa.  No  entanto,  nas sociedades  onde a expectativa  de  vida está a  ser ampliada, as  relações  familiares apresentam novos desafios e de acordo com Nelson e Nelson (citado por Freitas et al, 2002) há questões éticas que devem ser consideradas:
* “Os  membros  da  família  não  são  substituíveis  por  similares  ou pessoas melhor qualificadas.
* Os membros da família são vinculados uns aos outros.
* A necessidade de intimidade produz responsabilidade.
* As famílias são histórias em andamento…”
O decurso e desenvolvimento da Sociedade Humana tem mostrado que como “un idade  social  a  família é capaz  de  resolver  ou  ajudar  a  resolver  problemas biopsicossociais,  individuais  ou  colectivos,  apesar  de  poder  ser  também  geradora  de conflitos  e  doenças”.  Neste  sentido  a  família  tem  de  ser  uma estrutura cujo desenvolvimento  se  obtém  através  dos  esforços  dos seus  membros  na  realização de várias tarefas nomeadamente: adaptação, protecção, participação, crescimento e suporte na afectividade (Nina e Paiva, 2001).
Destas acções sobressai o  facto de que cada um dos elementos da  família tem uma  série de  papéis  determinados,  que  servem  de  base  para a  sua  identidade  na sociedade. Cada membro tem uma personalidade que pode  sair dos limites da  família, mas estes  fazem  uma  série de coisas “juntos” e outras  em “separado”. Assim,  surge a necessidade de se criarem regras que dirijam a conduta da família e dos seus membros.
Estas  regras  não  são descritas  e  vão-se estabelecendo  a  partir  de  um  processo de convivência: afectam a privacidade, a interacção, a autoridade e a tomada de decisões.
Esta interacção e adaptação a novos papéis e  funções implica  que as  famílias mudem para se adaptarem e esta capacidade de adaptação; mudança e crescimento são essenciais para o progresso a longo prazo no ciclo da vida familiar. Basta considerar as necessidades da cultura, da temporalidade, a coabitação com uma  sociedade industrial, urbana, que se introduz vigorosamente no seu seio, assumindo muitas vezes funções que foram,  durante  muito  tempo,  pertença exclusiva  do  agregado ou núcleo  familiar (Antunes, 1999).
É verdade que ao longo da vida ocupamos múltiplos papéis, e isto  significa e simultaneamente implica, que nos devamos ir preparando para os mesmos. Um desses papéis é o envelhecimento e a coabitação com os idosos, dentro dos espaços aceites e organizados culturalmente.
Sem  pretendermos  ”inventariar” as múltiplas  funções  que têm  sido  atribuídas pelos estudiosos à família, gostaríamos no entanto de destacar algumas pela pertinência que assumem neste estudo: Assim e de acordo com Salutz (1995) ajudar cada membro da família é  uma  função que  engloba  o  apoio  físico,  financeiro,  social  e emocional que são aspectos relevantes para a maioria dos idosos. Este apoio  verifica-se através  de estruturas  organizadas  de  papéis familiares interdependentes e baseiam-se nas reacções emocionais dos seus membros. Vivem em grupo e cultivam sentimentos de pertença e
de co-responsabilização.
             Por outro lado, o estabelecimento de autonomia e independência para cada um dos seus membros tem-se  revelado uma  medida  geradora e facilitadora  de crescimento pessoal  para  os  indivíduos,  que  se desenvolvem  e adaptam  no  seio da  família,  assumindo particular destaque nos elementos mais velhos.
Outras  funções  defendidas  por  Smilkstein  e  enfatizadas  em  estudos gerontológicos por Azeredo e Matos (1998) são:

* Adaptação – que consiste  na  utilização de  recursos  dentro  e  fora  da família,  para a  solução de  um  problema,  nomeadamente  quando o equilíbrio da família estiver ameaçado durante uma crise.
* Participação – ou  seja a partilha  na  tomada  de  decisões  e  das responsabilidades, pelos membros da família.
* Crescimento –  maturidade  física e  emocional  e ainda  realização conseguida  pelos  membros  da  família através  do  mútuo  apoio  e orientação.
* Afecto –  relações  de cuidados  ou  ternura  que existem  entre  os membros da família.
* Decisão – compromisso assumido de dedicar tempo a outros membros da  família,  encorajando-os  física e  emocionalmente.  Além  disso, implica também uma decisão de bens e espaço.
Segundo  a  mesma  autora,  quando uma  família  demonstra  integridade  nestas
cinco  componentes  funcionais,  poder-se-á considerar  uma  família  “saud ável”,  ou
“funcional” mas se porventura a integridade não existe, então poderemos defrontar-nos
com “disfunções famili ares” mais ou menos graves.
Entender a dinâmica familiar dos idosos é uma questão de crucial importância,
na  medida  em  que eles  tendem  por  vezes  a  mascarar  o  seu  real  posicionamento  no
agregado familiar.
Na  ideologia  dominante  ou  concepção  tradicional,  compete às  famílias  a
responsabilidade de prover o sustento dos ascendentes. Os cuidados para com os pais na
velhice é,  como  nos  refere  BEE  (1997),  um  papel  que cabe aos  filhos  aquando da
meia-idade e que causa  um  efeito  intenso  na  satisfação  geral  da  vida,  tornando-se  o
filho/a o principal provedor de cuidados aos pais, que se tornam idosos.
Opinião diferente  expressa  Freitas  et  all  (2002)  ao  considerar  “que  os  filhos
não devem  qualquer  obrigação  a  seus  pais  por  virtude,  simplesmente,  de  serem  seus
filhos.  A  autora  defende a  tese  de  que  os  deveres  dos  filhos  adultos são  aqueles  dos
amigos, e resultam do amor entre eles e seus pais, em vez de serem uma obrigação de retribuição aos sacrifícios anteriores de seus pais”.
Esta  ideia  da  responsabilização  familiar  é confirmada  na  prática  pelos resultados de um estudo levado a cabo pela EUROPEAN COMMISSION (1997), onde se constatou  que  75,4%  dos  idosos  vivem  nos seus  domicílios  e  são  cuidados  por familiares. Desses a maioria são cuidados pela esposa/marido; 17% pelos filhos; 5% por irmão/irmã; 4,4% por outros parentes; e 2,8% por outros.
Transpondo  estas  questões  para  o  território nacional,  também  podemos constatar  pela  publicação do  INE  (1999)  que:  97,5%  da  população  idosa  portuguesa
vivia em famílias clássicas e apenas 2,5% em famílias institucionais.
Famílias só de idosos constituem 15% do total das famílias clássicas e famílias unipessoais  de idosos são  maioritariamente constituídas  por  mulheres.  Revelam  ainda
que  os  homens  idosos  vivem  maioritariamente  em  casal,  a  dissolução  familiar  se verifica  essencialmente  por  morte  do  cônjuge e  os  divórcios  revelam  uma  tendência
crescente na população idosa.
De  facto,  a instituição  familiar  é ainda  o  garante  da  solidariedade  necessária aos ascendentes em situação de velhice: apenas uma diminuta proporção de idosos vive em instituições de alojamento próprias, sendo a maior parte desses indivíduos de idade avançada. Pelo contrário, muitos outros, “especialmente viúvas”, coabitam regularmente ou temporariamente com os seus filhos. Esta situação deve-se em grande parte ao facto de não  só na geração das avós como também na das mães,  grande parte  das mulheres não desempenhar  actividade  profissional  fora  de casa,  o que  lhes  permite  ter  maior disponibilidade para o apoio à família.
Pese embora estas  constatações  estatísticas,  existem  evidências  de  que a estrutura  familiar  tem  sofrido  violentos  abalos  e consequentes  transformações  na sociedade moderna.
Foram  vários  os  factores  que contribuíram  para essas  transformações:  as migrações  obrigaram  as  famílias  nucleares  a  tornarem-se  mais  “i ndividualistas”;  a mobilidade social ligada à cidade e ao trabalho industrial distende os laços entre irmãos; a educação  estabelece  uma clivagem  no  seio  familiar  e  fá-las  desintegrarem-se; sucedendo de  uma  forma idêntica  em  relação  à  grande assimilação de  novos  valores, atitudes,  condutas  ligadas  à  industrialização,  à cidade e ao  prestígio dos  estranhos (Nogueira, 1996).
Estas transformações levam naturalmente a estrutura familiar e social a não ser capaz  de  resolver  os  problemas  que  se colocam  hoje aos idosos:  a  família tradicional
 por instituições privadas como estatais. Ela    “não  é capaz”  de assegurar  a cada  membro  as  funções  que tradicionalmente lhe cabiam e que passavam por satisfazer necessidades físicas (como a alimentação, habitação e cuidados globais), psíquicas  (como a auto-estima, o afecto, o equilíbrio)  e as sociais  (como  a  identificação,  relação,  comunicação  e  pertença a  um grupo).
No desenrolar  destas  “incapacidades  de  resposta” a  família  tem  sido publicamente  responsabilizada  pelo  abandono  dos seus idosos,  contribuindo para tal  a generalização de  uma  ideia,  um  pouco  mítica,  da  família extensa  de  outrora.  A dominância deste tipo de família foi historicamente posta em causa, mas o espectro da desresponsabilização  familiar  é  uma constante  no discurso público das instituições  de acção  social  e  remete  para  um modelo  ideal,  intemporal  e  harmonioso de coabitação
intergeracional (Lenoire, 1979; Fernandes, 1997; Gomes, 2000).
Na  opinião dos  mesmos  autores  trata-se,  de  facto,  de  mudanças sociais  com fortes implicações na estrutura das relações familiares. Assiste-se à retoma do processo de transformação da solidariedade natural entre gerações como uma “esp écie de seguro de vida apostado na geração seguinte” correspondendo “ao desmoron amento das bases sociais em que assentavam o familismo tradicional”.
Com efeito, a  família  (entendida como o mais marcante espaço de  realização, desenvolvimento e consolidação do ser humano), percebida como unidade de integração e  sucessão de  saberes  num  plano  trigeracional,  nuclearizou-se  em  virtude  da industrialização desregrada.
Por outro lado, as grandes concentrações urbanas acabaram  por impor modos
de  vida  que  não  são  compatíveis  com  a coabitação dos  mais  velhos,  razão por  que surgem as instituições vocacionadas para o acolhimento de idosos (Guimarães, 1999).
E  neste  novo  cenário  ficamos  perante  duas  representações  contraditórias  de família: em que por um lado parece que tudo muda a família, que está ameaçada, que se desagrega e perde o  sentido das suas  responsabilidades;  do outro  a  família  permanece como o lugar da intimidade da  felicidade, a criança é o bem mais precioso, e a casa o lugar privilegiado de bem-estar e segurança (Gomes, 2000).
Generalizou-se a ideia  de  que a existência  de  pessoas idosas  numa  sociedade moderna e  urbana é  difícil,  mas  começa  também  a  valorizar-se a  vertente compensatória. Um estudo recente monitorizado por Tinker, (1998), mostrou que, ainda que alguns idosos tenham  problemas,  a  maioria continua tendo uma  vida com  grande satisfação. Esta inferência vem  reiterar os  resultados de um estudo conduzido por Edit Bergi e publicitado em 1990, que rompe de certo modo com o paradigma social aceite da  insatisfação dos  idosos.  É  que  num  grupo de centenários  estudados  na  Hungria verificou-se  que a maioria  deles  vivia  em  cidades,  sendo que  nesta  população os intelectuais são quatro vezes mais numerosos e a maioria apresentava níveis elevados de satisfação.
Recentemente, outras investigações têm demonstrado que as trocas e os laços que unem os membros da parentela foram sendo redescobertos após um período em que
estiveram  ausentes  na  maior  parte  dos  trabalhos.  Estes  baseavam-se  nas  teses  de
nuclearização da  família,  com  a  suposição de  que  os  laços  com  a  família  de  origem
haviam sido rompidos com a industrialização.
Estes estudos empíricos vieram mostrar até que ponto a ideia da família/grupo
doméstico,  fechada sobre si própria, isolada da restante parentela, correspondia mais a
uma  radicalização  excessiva  da tese  de  Parsons sobre a  diferenciação  social  do que à
realidade.
As  famílias  modernas  organizam-se  em  torno de  laços  de  parentesco,
construindo  redes  de  relações  através  das  quais  circulam  ajudas,  bens  e afectos.  O
conceito de parentesco  foi assim  restituído aos estudos sobre a  família contemporânea
(Fernandes, 2001).
É inegável o importante papel que é atribuído às redes familiares, mas embora
os familiares sejam a maior fonte de apoio físico e emocional dos idosos, os amigos têm
também  um  forte  efeito  no  seu  bem-estar  subjectivo.  Assim  os  amigos são uma  parte
importante  das  redes  de apoio  social, implicando  múltiplos  aspectos  que  vão desde a
partilha de intimidades, apoio emotivo, oportunidades de socialização ou até mesmo o
apoio a nível material. A importância dos grupos de amigos, familiares, vizinhos e colegas de trabalho
tem  sido bem  evidenciada  nestes  últimos  vinte e cinco  anos.  Além  disso,    mesmo
quem  defenda  que as  redes  de  amigos  têm-se  revelado um  importante elemento de
prevenção  em  múltiplas  doenças,  sobretudo  nas  mentais.  As  deficiências  dos  laços
estabelecidos nos grupos primários estão associadas a um acréscimo de vulnerabilidade
às doenças, quer físicas quer psíquicas (Nogueira, 1996).
Dada a importância das relações entre a vida em família e a qualidade de vida
dos seus  elementos,  torna-se  pertinente considerar  em  pesquisas  desta  natureza esta
fonte de satisfação primordial para o bem-estar na vida adulta.
Apesar  disto,  assistimos  actualmente à “substituição do papel  familiar”  pelas
chamadas  redes sociais  de apoio  (onde  são incluídas  as instituições  para idosos),  que
pela sua importância na qualidade de vida dos idosos importa reflectir.
Entre nós, é nas instituições tradicionais, desde a acção das misericórdias até às
mais  variadas  organizações,  que  se  forma e  desenvolve a gestão pública  da  velhice.
Contudo,  e  segundo  Fernandes  (1997)  e Gomes  (2000),  é    a partir  da década de  70
que as “instituições criadas são orientadas pelos princípios da pr evenção da dependência
e da integração das pessoas idosas na comunidade”.
distinguem  dois  tipos  de encargos  de  velhice:  um  primeiro
referente à assistência médica e um outro de cariz mais social. Este último, por sua vez,
pode dividir-se consoante o apoio que presta: por um lado temos as organizações cujo
objectivo  é  o do  alojamento de  idosos,  “substituindo”  os  antigos  asilos  ou hospícios
actualmente com  outro  tipo de  vocação.  De acordo  com  a  sua  organização podem
classificar-se como  lares  ou  residências.  Contudo,  estas  novas  formas  de  resposta
debatem-se com a necessidade de superar a carga pejorativa atribuída aos antigos asilos
e  hospícios,  que  em  muitos  casos  ainda  persiste,  ou  de alguma  forma continua a
envolver os lares.
Não    dúvida  que  nos  estudos  das  condições sociais  das  pessoas  idosas,  o
espaço residencial se torna num objecto prioritário. Corrobora esta opinião Melo (1998)
ao  afirmar  que  o  ambiente  residencial  ocupa  um  lugar  importantíssimo  na  vida  da
pessoa idosa. A autora defende que a satisfação com o ambiente residencial surge ligada
ao sentido de bem-estar psicológico do idoso, podendo a casa reflectir também valores
culturais relativos às identidades pessoais e sociais dos indivíduos.
As pessoas estão ligadas às suas casas por laços afectivos podendo atribuir-lhes
um valor simbólico por associação a memórias do passado (Werner, cit. por Nogueira, 1996).
O espaço é construído devido à necessidade que é inerente ao homem “de ser
social”, que o leva a construir espaços materiais (cidades, casas e bens pe ssoais).
As conclusões de um estudo levado a cabo por Paúl (1997) sobre “residê ncias
para idosos” mostraram  que “a insatisfação  com  a casa  em  que  habitam  ou  a zona  de
residência em que está inserida nunca nos surgiu ao longo das inúmeras entrevistas que
realizámos  junto da  população  idosa.    os  problemas  de  saúde,  que  limitam  o
funcionamento dos idosos,  e a  falta  de  recursos  económicos  para  fazer  face a  reparos
necessários  à  manutenção da casa,  apareceram-nos  inúmeras  vezes  como o  factor
próximo que antecedeu a institucionalização”.
Por  estas  razões,  a questão  residencial  dos  idosos  torna-se  uma  questão de
elevada pertinência, se considerarmos que a casa se torna o espaço mais requisitado para
as  actividades  que  se  desenvolvem  no período da  pós-reforma e nas  quais se  gasta a
maior  parte  do tempo do  resto da  vida  (Paúl,  1994). Aliado  a isto,  acresce  o  facto de
existir, nas pessoas idosas, uma diminuição das capacidades de adaptação, que as torna
mais sensíveis  ao meio  ambiente  que as  rodeia e  de ter  a casa  um  valor  simbólico  na
construção da identidade social do Ser Humano.
O  lar  de cada  pessoa,  como  uma  unidade  holística,  sugere a  importância  de
investigar  e teorizar  sobre  o  processo que  liga  os  idosos  ao  seu  lar,  os  problemas  da
manutenção do idoso na comunidade, o processo de separação que se verifica quando o
idoso  é  institucionalizado,  bem  como  a adaptação  a  um  novo  ambiente a  que
ironicamente  chamamos  “Lar”,  mas  que  no  mínimo  implica  um  processo de
apropriação, ligação e identidade relativamente longo, e quantas vezes penoso, até que
possa de facto ser o “Lar” do idoso.
Sabemos  que  o  conjunto de  serviços  e equipamentos  que cada  sociedade
oferece aos seus  idosos  tem  como objectivo  melhorar  as  condições  de  vida.  A
institucionalização  surge  normalmente  para a  família  ou  para  os  idosos sem  família
como a última alternativa quando todas as outras são inviáveis. Se é verdade que a perda
de autonomia  física é um  factor determinante na opção do internamento, e que muitos
dos idosos que residem nos lares são fisicamente dependentes, o facto é que, associados
a esta  dependência  física,  surgem  outros  factores  que  por  vezes  condicionam mais
fortemente a decisão (Pimentel, 2001).
Assim,  vários  estudos  têm  confirmado que  os  problemas  de  saúde e a
consequente  perda  de autonomia  não  surgem  como os  principais  factores  apontados
pelos idosos para a decisão do internamento. O motivo mais  frequente é o isolamento,
ou  seja,  a inexistência  de  uma  rede  de interacções  que  facilitem  a integração  social  e
familiar dos idosos e que garantam um apoio efectivo em caso de maior necessidade. A
falta  de  recursos,  quer  económicos  quer  habitacionais,  também  é  frequentemente apontada como motivos para a institucionalização.
As  conclusões  resultantes  da análise  de  doze estudos  realizados  nos  Estados
Unidos,  por  Kane,  em  1997,  (cit.  por  Born  e  Boechat,  2002)  sobre  os  factores  que
pesaram  na  institucionalização,  foram  as  seguintes: idade,  diagnóstico,  limitação  nas
AVDs,  morar  só,  estado  civil,  situação  mental,  etnia,  ausência  de  suportes sociais  e
pobreza.
No caso do Brasil, foram também analisados vários grupos institucionalizados
e as conclusões resultantes demonstraram que os factores de risco que deram origem ao
internamento eram sobretudo: síndromes de imobilidade, múltiplos problemas médicos,
depressão,  demência,  alta  hospitalar recente,  incontinência,  ser  do  sexo  feminino,  ter
idade acima  dos  70  anos,  ser  solteiro,  sem  filhos  ou viúvo  recente,  morar  sozinho,
isolamento social (falta de apoios sociais) e pobreza (Freitas, et all, 2002).
Como se pode observar, os motivos principais ligam-se a factores associados à
saúde, às síndromes conhecidas por gigantes de geriatria com múltiplas causas, cursos
crónicos e riscos acrescidos de perda de independência.
Independentemente das razões que levam o idoso à institucionalização, analisar
o seu ingresso é rapidamente perceber que no mínimo lhe é exigido o abandono do seu
espaço conhecido e vivido, obrigando-o a reaprender a integrar-se num meio que lhe é
limitativo  e  que,  em  muitos  casos,  assume  o  controle  de  muitos  aspectos  da  sua  vida
(Paúl, 1997).
De facto, um estudo feito a várias instituições objectivadas para residências de
Idosos mostra, “que a maior parte das instituições para idosos retira toda a privacidade
aos seus utentes, com sujeição a controlo e dependência face à regulamentação interna”.
Além disso, acrescenta que a “institucionalização e respectivo desenraiz amento
leva  mais  rapidamente à deterioração,  e  a  uma  maior  incapacidade  física e mental”.
Uma  outra conclusão  é  que  “as  perturbações  psiquiátricas são  mais  frequentes  em
idosos institucionalizados” (Borges, 2000).
Estas dificuldades sentidas pelos idosos, são muitas vezes agravadas pelo facto
de as  instituições  não  assegurarem  direcções  técnicas  nos seus  estabelecimentos  e
serviços. Num elevado número de casos, o pessoal da prestação directa de cuidados  é
admitido sem qualquer formação inicial, sendo a sua integração delegada e assegurada
por pessoal de igual categoria.
Outra vertente a ponderar é a de que a fase da vida em que o idoso entra para
uma  instituição  é  representada como  a  última etapa  da  sua  trajectória  de  vida,  sem
qualquer expectativa ou possibilidade de retorno. O internamento definitivo das pessoas
idosas em lares implica em muitos casos uma rotura com o quadro de vida quotidiano e
impõe-se como uma situação irreversível.
Talvez  por  isso,  Drulhe  (cit.  por  Cordeiro,  2000)  afirme  que esta  situação representa  normalmente  o  abandono  e a exclusão,  o  sofrimento  e a morte.  É  usual
considerar as pessoas que vivem em família, como fazendo parte da sociedade, e os que
estão em instituições, como dela estando excluídos, apesar do papel activo que podem
desempenhar e das relações que mantêm com familiares e amigos. No entendimento do
cidadão  comum,  é corrente a  ideia  de  que as  pessoas  idosas  institucionalizadas  estão
afastadas das relações sociais da comunidade.
Por todos os pressupostos descritos, não é difícil perceber que o período prévio
à entrada  numa  instituição  é especialmente crítico;  na área afectiva,  o  medo  e a
incerteza perante o desconhecido proporcionam grandes momentos de tensão. Diz Ames
(1991) que, nos dias posteriores ao seu ingresso, esta situação de stress vai diminuindo
e,  após  um  ano de  permanência  nas  instituições  (tendo  em  consideração de  que este
período não é igual para todos os idosos), o idoso já elaborou estratégias adaptativas à
sua nova situação.
Nestes cenários, o ideal  seria que as pessoas idosas e  suas  famílias  pudessem
exercer uma escolha livre e esclarecida dos apoios e equipamentos que necessitam. No
entanto,  o que tem  acontecido  é  que  o  factor “escolha” toma,  para algumas situações,
foros  de  privilégio,  quando o  acesso  a  respostas  diversificadas  e capacitadas  para
atender adequadamente as pessoas que delas necessitam deveria ser um direito (Cadete,
2001).
Considerando o direito a opções na escolha de residenciais, Paúl (1991) refere
que, para a maioria dos nossos idosos (portugueses), o factor escolha de um novo local
para  residir  foi  extremamente  limitado,  devido quer  à escassez  generalizada  de
equipamentos,  quer  aos seus  baixos  recursos  económicos,  tornando-se  esta  forma  de
institucionalização num “misto de voluntária e co mpulsiva”.
No sentido de inverter estes fenómenos, actualmente nos Estados Unidos já se
visa remeter os idosos à sua própria casa, numa posição oposta à institucionalização que
tem vindo a ser considerada nefasta em vários aspectos para o idoso.
Também em Portugal uma das respostas que ultimamente tem sido evidenciada
é o apoio domiciliário. Como dizia Quaresma (1998) num painel sobre “Id osos do Séc.
XX”,  o  “apoio domiciliário  é  uma  forma  de  intervenção  social  que  urge  ser  mais
conhecida,  de  modo  a  torná-la  um  instrumento privilegiado de  resposta a  muitas
situações  e  problemas  pessoais  e  familiares,  sobretudo  face aos  desafios  do
envelhecimento”.  O  exercício do apoio domiciliário deve  promover  a  particip ação
responsável das pessoas e grupos apoiados, das suas  famílias, vizinhos e amigos, bem
como de grupos, associações, comunidades e organizações que possam dar contributos
neste processo de apoio.
Deste  modo,  torna-se  num  instrumento que  suscita  o desenvolvimento das
capacidades  próprias  de cada  interveniente,  inserido num  processo de cooperação  e solidariedade, ao mesmo tempo que assegura o apoio a quem dele necessita.
Constata-se que dispomos de uma grande variedade de agentes e de formas de
apoio domiciliário; não obstante, em geral, tendem a conjugar-se, pelo menos, serviços,
apoios  e cuidados sociais  de  saúde e  de  intervenção  nas  condições  de  habitação.
Contudo,  é  urgente e indispensável  a coordenação de  diversas  entidades  e  dos  vários
técnicos e outros agentes formais e informais, intervenientes a nível local, incluindo as
autarquias, cujo papel deverá ser melhor estudado e definido (PAII, 1999).
Apesar  de  tudo,  situações  existem  em  que,  de  facto,  as  instituições são
necessárias,  nomeadamente  nas  chamadas  “mudanças  assistenciais”,  típicas  de  idosos
cuja independência funcional e recursos económicos diminuíram acentuadamente.
Corroboram esta opinião Woroby, Angel e Born (2002) ao chamarem a atenção para  o  facto de  que    que  ter  em  consideração os  idosos sós  e com  perdas  de independência funcional ou ainda com ausência de familiares, (ou estando estes longe) como sendo uma população para quem será aconselhável a institucionalização.
Apesar da generalizada imagem negativa com que são conotadas as residências de idosos, também nesta área existem estudos que mostram vantagens em que os idosos
vivam  rodeados  por pares  homogeneizados  porque,  segundo  eles, “viver  neste tipo de
cenário facilita a interacção social entre os residentes”.
Mais longe chegam as conclusões de um estudo levado a cabo por Hinrichsen
(1985) sobre o impacto da residência em casas para idosos, ao revelar que, nos locais de
residência em que havia uma grande concentração de idosos, se verificava que o número
de amigos era maior, as amizades mais activas e a satisfação de vida mais elevada.
O conjunto de reflexões feitas sobre a envolvente habitacional/institucional do
idoso leva-nos a concluir que não existem soluções óptimas e universais para os idosos
e que mesmo as soluções aparentemente menos favoráveis podem ter vantagens para o
seu  bem-estar  se  preservarmos,  ao  idoso,  a  possibilidade  de escolha e/ou  adequação
desse mesmo ambiente.














III - CARACTERÍZAÇÃO DA POPULAÇÃO ALVO

Crescer, adquirir experiências, conquistar pessoas e coisas e tantas outras aquisições no decorrer da vida é, em geral, sem sombra de dúvida, desejado por todos. Envelhecer, entretanto, para muitos, não o é. Mesmo assim, todos sabem que, independentemente da vontade de cada um, chegarão ao envelhecimento (excepção feita aos casos fortuitos).
Envelhecer representa ameaçadoramente para o individuo um desgaste das suas capacidades fisiológicas globais, seja de um modo progressivo, discreto ou grave.
Essa ameaça implica não somente modificações somáticas, como também mudanças psicossociais, incluindo aqui aquelas no nível da memória, do intelecto, do comportamento, da personalidade, das relações sócio familiares, das finanças, entre outros, que podem desembocar na velhice patológica,  interceptando a caminhada saudável da sua existência. 
Sabe-se que a velhice patológica não representa regra única para todos, o medo e o preconceito existem, e isso dificulta a aceitação do envelhecimento como processo natural da vida.
O envelhecimento tem início logo após o nascimento, são alterações fisiológicas que ocorrem com a idade, varia em cada indivíduo de acordo com factores hereditários e ambientais que influenciam a longevidade.
A velhice é uma etapa diferente do trajecto de vida, que só poderá ser compreendida devidamente se tivermos em consideração a sucessão de idades, assim como a ordenação que a própria sociedade faz do saber, poder, trabalho, tempo livre, bens e serviços, direitos e deveres, iniciativas e responsabilidades, bem como dos grupos de idades e escalões que compõem a sociedade.
O Envelhecimento é um processo universal, inerente a todos os seres vivos. Diferentes autores dividiram o processo de envelhecimento em três componentes:
  • Envelhecimento biológico
  • Envelhecimento social
  • Envelhecimento psicológico
Estes três componentes do envelhecimento têm uma influência decisiva no comportamento do Idoso, devido ao envelhecimento, as capacidades de adaptação do ser humano diminuem, tornando-o cada vez mais sensível ao meio ambiente.
Com o declínio progressivo das suas capacidades físicas devido ao envelhecimento podem surgir consequências como: redução da capacidade de concentração e coordenação que, por sua vez, podem provocar processos de auto-desvalorização, diminuição da auto-estima, apatia, desmotivação, solidão e isolamento social.
O processo de envelhecimento é responsável pelas alterações bio-psico-sociais, que mais tarde ou mais cedo vão determinar as necessidades de ajuda por parte da maioria dos idosos.
Envelhecer é um problema Universal, é a continuação da evolução dos modos de vida anteriores, não é uma doença mas uma etapa do ciclo normal da vida que se instala progressivamente exigindo cada vez mais um novo equilíbrio, ao qual o individuo se adapta com maior ou menor facilidade.
É um período mais ou menos prolongado de decadência física ao qual se junta o “stress” emocional que poderá estar relacionado com a perda de emprego, morte de familiares, de doença, da reforma etc.

Factores físicos do Envelhecimento:
Idade cronológica
O processo de envelhecimento afecta o funcionamento dos órgãos, dos tecidos ou simplesmente das células, o equilíbrio entre eles e entre as funções que desempenham.

Este processo traduz-se por alterações fisiológicas generalizadas, nomeadamente nos órgãos sensoriais, nos aparelhos cardiovascular, respiratório e digestivo, no esqueleto e na musculatura, bem como nos sistemas endócrino e neurológico.

Principais alterações físicas associadas ao envelhecimento

- Diminuição da audição, particularmente da capacidade de ouvir frequências altas;
- Diminuição da visão;
- Diminuição do olfacto e do paladar;
- Redução da capacidade máxima do pulmão, o faz com que o volume de ar que entra nos pulmões seja reduzido;
- Embranquecimento do cabelo devido à morte de células produtoras de pigmento, cabelos mais frágeis o crescimento mais lento;
- Alterações do sono (menos sono e menos sonhos);
- Diminuição da altura devido à diminuição das vértebras;
- Perda de cálcio dos ossos, que se tornam menos densos e mais quebradiços;
- Enrugamento da pele, que se torna mais frágil e menos elástica;
- Enfraquecimento dos músculos, diminuição da massa magra e dos músculos esqueléticos;
- Redução da quantidade de sangue bombeada pelo coração;
- Diminuição (até 50%) do fluxo sanguíneo filtrado pelo rim, eliminação dos produtos em circulação no sangue e é uma das razões para a maior vulnerabilidade dos idosos às intoxicações medicamentosas;
- Menor capacidade de acção do sistema imunitário, debilitando a capacidade de luta contra as infecções;
- Alterações no equilíbrio hormonal, afectando a aparência física (surgimento de pelos faciais na mulher e na vida sexual);
- Enfraquecimento e espessamento das artérias (a regulação do sistema circulatório é menos eficaz e o controlo da pressão sanguínea é menos preciso);
- Maior vulnerabilidade às temperaturas externas devido à diminuição da regulação da temperatura do corpo e a atrofia das glândulas sudoríferas e dos tecidos subcutâneos consequente diminuição da capacidade para transpirar;
- Desgaste e perda dos dentes, o que afecta a ingestão dos alimentos;
- Digestões mais difíceis e lentidão intestinal, devido à redução quantitativa e qualitativa das enzimas digestivos e dos ácidos gástricos e o enfraquecimento dos músculos do tracto intestinal.

O envelhecimento abrange três componentes:
A componente biológica, resultante da crescente vulnerabilidade e maior probabilidade de morrer, a que se chama senescência.
Os idosos vêem a sua velhice de forma desadaptada, não procuram novos interesses, novos papéis ou novas actividades para compensarem as dificuldades a outros níveis. Esta forma de encarar o último período da vida, leva a que o idoso se torne cada vez menos activo, desenvolvendo em si sentimentos de inutilidade e frustração que lhe causam grande sofrimento o que faz com que o idoso tenha uma saúde instável.

Existem doenças comuns nos idosos que se evidenciam, tais como:
  • Doença de Alzheimer;
  • Doença de Parkinson;
  • Esclerose múltipla;
  • Arteriosclerose;
  • Artrite e reumatismo;
  • Artrose;
  • Hipertensão arterial;
  • Problemas cardíacos e cérebro-vasculares;
  • Afecções do sistema respiratório: bronquite, enfisema, asma;
  • Problemas mentais: depressão, hipocondria, confusão;
  • Tumores da próstata, estômago, intestino, rins, úlceras gástricas e duodenais;
  • Diabetes;
  • Osteoporose;
  • Anemia;
  • Incontinência;
  • Insónias;
  • Perturbações articulares e dorsais;
  • Afecções da tiróide;
  • Perturbações visuais, auditivas e dentárias.

A componente psicológica, que é entendida pela auto-regulação do indivíduo a nível da tomada de decisões e opiniões. O que preocupa os idosos é o seu envelhecimento intelectual, pois perdendo o desempenho dos seus papéis sociais, o idoso vai sentir-se afectado a nível psíquico.
Como causas da mesma, contam-se a surdez, a cegueira, a dor, a imobilidade, a perda de gosto, a pobreza e, talvez na maior parte das vezes, a morte de um familiar. As perturbações da memória podem ser confundidas com demência pré-senil. O idoso mostra-se mentalmente confuso no seu comportamento, estado que se chama loucura.
A depressão é comum nos idosos, mas tende, muitas vezes, a não ser diagnosticada, visto a pessoa idosa ter uma perspectiva mórbida da vida. Muitos doentes recusam-se a admitir que estão deprimidos.
O idoso, enquanto não produtor, transforma-se num indivíduo sem valor, vivendo na indiferença, na angústia e na solidão, deixa de comandar a sua vida, deixa de ter autonomia, passando a sua vida a ser gerida por terceiros.
O idoso começa a ter atitudes agressivas e violentas, quer nas relações que mantém consigo próprio, quer nas relações com os seus familiares ou cuidadores.
Muitas vezes, estas agressões envolvem familiares, marido, mulher, filhos, netos ou, quando estão institucionalizados, envolvem os auxiliares mais directos. O idoso reage à agressividade através da rejeição de alimentos e gritos, e a perda do declínio das capacidades físicas e mentais do idoso leva, por vezes, a que este seja descriminado.

A componente social resulta da dependência das alterações biológicas e psicológicas na qual se assiste a uma modificação dos papéis sociais e familiares do idoso, podendo estar nessa origem factores como:
·        Reforma/afastamento da vida activa;
·        Alteração do valor da produtividade para consumir;
·        Perda do estatuto social por perda de papéis sociais;
·        Dependência relativamente às gerações mais jovens;
·        Rejeição da experiência acumulada em virtude dos avanços científicos e técnicos;
·        Diminuição dos contactos sociais que leva ao isolamento e solidão – debilidade de saúde;
·        Exclusão social pela rejeição biológica, socio-económica e cultural da representação da velhice.

No plano social, o indivíduo procura viver a sua velhice respeitando o ambiente em que está inserido, contudo se no processo de envelhecimento o indivíduo não se sente acarinhado, respeitado, querido, integrado e útil no seio da família, é normal que comece a perder a autoconfiança e a auto-estima.
Torna-se também fundamental, que seja dada aos idosos a oportunidade de reconstruírem a sua rede social, permitindo-lhes o desempenho de actividades que estão ao seu alcance, favorecendo o convívio entre gerações, criando espaços sociais com condições físicas que lhes permitam a sua utilização, ou seja, lutando contra a exclusão a que grande parte dos nossos idosos estão destinados.
Estes três componentes do envelhecimento têm uma influência decisiva no comportamento do Idoso, devido ao envelhecimento, as capacidades de adaptação do ser humano diminuem, tornando-o cada vez mais sensível ao meio ambiente.
Com o declínio progressivo das suas capacidades físicas devido ao envelhecimento podem surgir consequências como: redução da capacidade de concentração e coordenação que, por sua vez, podem provocar processos de auto-desvalorização, diminuição da auto-estima, apatia, desmotivação, solidão e isolamento social.














IV - OBJECTIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS DO PROJECTO

 Os objectivos gerais do projecto são dar continuidade à manutenção dos laços familiares, da rede de amigos e da sua teia social, pois os nossos utentes regressam àquelas todos os dias, ao mesmo tempo que encontrarão suporte na manutenção da actividade/activação física e mental. Por esta via dupla, são nossos intuitos centrais a contribuição para o retardamento do processo de envelhecimento e ajuda na compreensão de alguns fenómenos “típicos” da terceira idade. Este trabalho é levado a cabo por uma equipa multidisciplinar.
As actividades que são proporcionadas têm em vista o enlace das actividades físicas com as mentais, atendendo simultaneamente ao positivar das aptidões e competências de cada utente, estimulando também a aquisição de novos saberes.

Os Objectivos específicos são:
- Promoção da dignidade e da qualidade de vida das pessoas idosas;
- Proporcionar serviços adequados à problemática 
- Contribuir para o retardamento do processo de envelhecimento;
- Criar condições que permitam preservar e incentivar  a relação interfamiliar;
- Potenciar a integração social













V - METAS E ESTRATÉGIAS

Actualmente, um número significativo de pessoas idosas enfrenta situações de vulnerabilidade económica, social e familiar, que resultam de condições históricas inerentes ao desenvolvimento do país e da cidade, nos últimos cinquenta anos, e que têm tido consequências relevantes ao nível dos rendimentos, do isolamento, da escolaridade, em suma, da qualidade de vida do cidadão idoso de hoje.
A qualidade de vida depende da existência de condições objectivas e subjectivas a que uma parte significativa das pessoas idosas não tem acesso: um rendimento digno, serviços de saúde de qualidade, e acesso a bens e serviços de acordo com as suas necessidades. Se tivermos em conta os montantes médios das pensões e reformas e as taxas de cobertura deficitárias nas diferentes respostas, ficamos com a noção clara do esforço que é necessário ainda fazer para que as pessoas idosas vivam a idade com qualidade. Com efeito, as taxas
de cobertura globais das diferentes respostas em Lisboa são ainda reduzidas. Em 2004 situavam-se entre 3,5 e 4,0% no caso de Centros de Dia e Lares/Residências para Idosos, e a rondar os 3% no caso do Apoio Domiciliário. Estes valores serão hoje ligeiramente superiores, ainda que insuficientes face às necessidades.
Segundo os dados censitários, um em cada quatro cidadãos residentes em Lisboa é idoso, estabelecendo um índice de dependência que se situa em 203 (face ao valor do país que é de 102). No conjunto de idosos com mais de 75 anos, um em cada quatro vive sozinho e de acordo com os dados, relativos a 2006, dos cerca de 201 mil pensionistas a residir no concelho de Lisboa, 65% beneficiam de pensão de velhice (valor médio mensal 530,5€) e
24% recebem pensão de sobrevivência (valor médio mensal de 255€). Neste contexto, a nossa intervenção encontra-se assente num conjunto de princípios e objectivos estratégicos, que se ancoram nas linhas de orientação:
a) Fomentar a cidadania e a acessibilidade, o que implica reconhecer o idoso enquanto sujeito e actor do seu projecto de vida, e que deve por isso estar no centro da intervenção. A salvaguarda dos seus direitos e a promoção da igualdade de oportunidades na satisfação das suas necessidades e expectativas através do acesso às diferentes respostas, é assumida no cumprimento dos critérios de admissão estabelecidos, que concedem prioridade às situações de maior vulnerabilidade social, económica e familiar.
A intervenção, que concede assim o devido protagonismo ao cidadão idoso, procura salvaguardar a sua diferença, subjectividade, singularidade e direito de opção, no quadro de um envelhecimento que é cada vez mais heterogéneo. A manutenção do idoso no seu domicílio e no seu meio social e familiar constitui, por esta razão, um dos princípios basilares da intervenção, porque esse é o desejo da maior parte dos idosos, sobretudo enquanto forma de preservar os laços relacionais e afectivos, reconhecida que é a sua importância na manutenção do seu equilíbrio físico, emocional e social;
b) Promover a qualidade e a inovação constitui, por seu turno, um desafio particularmente relevante no apoio à população idosa. O fomento de uma cultura de excelência e responsabilidade, que seja referência nacional e até internacional, passa por empreender acções que preparem os serviços para a certificação das diferentes respostas, cuidando igualmente da sua capacidade para responder a situações emergentes e às mutações das necessidades e expectativas dos cidadãos. Neste âmbito, a promoção da investigação científica, das boas práticas e de projectos inovadores constitui uma estratégia da maior importância, assumindo-se a interdisciplinaridade como perspectiva imprescindível para uma visão integrada do envelhecimento, e que considera que cada ser humano é único e possui traços próprios de natureza biológica, psicológica, social e cultural. Uma resposta global ao idoso implica, por isso, vários profissionais com diferentes formações (, psicólogos, , terapeutas ocupacionais, animadores culturais.). Em conjunto, estes profissionais procuram responder às várias dimensões em que se colocam entraves ou obstáculos à autonomia e à defesa dos idosos. A implementação de um plano único de cuidados, que integre a dimensão social e de saúde, assume-se como condição essencial de uma resposta potenciada e adequada a cada situação.
c) melhorar o desempenho e a eficiência é igualmente uma exigência acrescida nas respostas à população idosa, devendo todas as acções e iniciativas convergirem no sentido de optimizar a relação entre recursos disponíveis e resultados obtidos. Neste sentido, reformar a estrutura organizativa de forma faseada e participada, tornando mais ágil a capacidade de resposta dos serviços, e valorizar, qualificar e desenvolver competências, são aspectos essenciais de uma política de melhoria continua das respostas sociais prestadas aos cidadãos idosos;
Sabendo que o grau de autonomia vai regredindo com o aumento da idade, procura-se investir em formas de apoio ao idoso, às suas famílias e cuidadores, que viabilizem o direito e vontade dos idosos em viver na sua casa, e retardem a institucionalização.
Esta estratégia, que considera as famílias e os cuidadores como parceiros incontornáveis na manutenção do idoso no seu domicílio, assume-se como essencial para a melhoria dos serviços prestados visando uma correspondência cada vez mais plena às necessidades e expectativas das pessoas idosas.
d) Desenvolver a informação e comunicação, procurando não só tornar mais eficiente e expedita a estrutura organizativa, mas igualmente incrementar o estabelecimento de padrões de prestação dos equipamentos e serviços constitui, por último, uma
estratégia central em matéria de apoio às pessoas idosas. Neste âmbito, está a ser generalizado o acesso e capacidade de utilização, a todos os serviços, dos modernos meios de comunicação, através da criação de um Sistema Integrado de Informação.
De facto, é não só ao nível dos serviços e processos inovadores que se melhora o suporte da intervenção mas também ao nível do desenvolvimento da comunicação e das infra-estruturas, designadamente através da informatização dos equipamentos e serviços. Num processo de melhoria e inovação contínua tem sido efectuado um significativo investimento
nas formas de modernizar e agilizar processos, visando uma sistematização e gestão mais coerente da informação
Por último, fomentar a qualidade e a inovação, com o duplo objectivo de melhorar os modelos de intervenção existentes e de encontrar novas formas de intervenção, mais adequadas à heterogeneidade de expectativas e necessidades do cidadão idoso.











VI - PLANO DE ACÇÃO

Para além de Centro de Dia, proporcionará, assistência Domiciliária Psicossocial, proporciona aos utentes a realização de actividades que permitem manter as suas faculdades cognitivas e a qualidade de vida relacional. Esta experiência facilita os relacionamentos com a família e amigos, estimula a vida activa e quebra o ciclo de solidão e isolamento.
Seria um programa individualizado, com carácter preventivo e reabilitador, em que se articulam um conjunto de serviços e técnicas de intervenção profissional, que consistem em: atenção pessoal, apoio psicossocial, familiar e de relacionamento interpessoal, estabelecidas ao domicilio.


ACTIVIDADES/TAREFAS

As principais actividades propostas abrangem os seguintes pontos:

Lúdico-recreativas:
- Campeonatos de Sueca, Damas, Dominó, entre outros; Promove o convívio, a motivação e estimula a competição.
- Atelier de Dobragem de Papel; Promove a motricidade.
- Atelier de Jardinagem; Promove a motricidade e a responsabilidade.
- Recreação de Jogos Tradicionais;
- Atelier de culinária; Hora da Culinária, Receitas de culinária, petiscos e/ou confecção de bolos, com o intuito de celebrar uma festa de aniversário. Promove ainda a motricidade.
- Atelier de Informática; Promove o desenvolvimento intelectual, lúdico e contactos familiares;
- Atelier de costura e bordados;
- Visionamento de programas de Televisão e de rádio, sendo no final debatido os assuntos versados.
- Perguntas adaptadas do Jogo Trivial.
- Provérbios e adivinhas.
- Jogos de animação.

Culturais:
- Atelier de Leitura de histórias, contos, poesia, conferência; Convidando os Idosos a contarem a histórias por eles conhecidas ou por convidados especiais para o efeito.
- Atelier de música; Canções cantadas pelos utentes ou convidados especiais:Promove a participação dos utentes que tocam instrumentos, assim como o efeito de musicoterapia.

- Actividades Teatrais;
- Passeios no ambiente circundantes, excursões e visitas culturais; Estes momentos proporcionam ausência de tensões familiares, possibilidade de renovação e mudança de atitudes.
- Feira do Livro; Promove a área educacional e cognitiva do Idoso.
- Atelier de Vídeo de Cinema Clássico Português;
- Idas ao cinema, ao teatro, concertos, museus e exposições e eventos de interesse.

Desportivas:
- Fisioterapia e ginástica sénior. Ginástica de manutenção.
- Organização e Planeamento de Acções de Animação Desportiva.

Espiritual/Religioso:
-         Ir á missa, rezar.

Intelectual/Formativo:
- Ensino Recorrente;
- Participação nas aulas da Universidade e Academias Sénior, conferências, palestras, e seminários.
- Actividades de animação ambiental.

Quotidianas:
- Acompanhamento nas idas ao médico ou a outros lugares públicos;
- Auxilio nas Idas ás compras e Cabeleireiro.
- Atelier Saúde; Alimentação, Conciliar o Sono, Sintomas de Doenças, Manter a boa forma física.
- Pequeno-almoço, almoço e lanche.

Sociais:
- Almoços de família e festas de anos surpresa; Promove o convívio e aproximação familiar.
- Programa de Convivência Intergeracional: Oferece a possibilidade do Idoso conviver com crianças (netos, sobrinhos e creches circundantes).
- Festas temáticas, Carnaval, Natal, Páscoa, Santos Populares, quermesses e banca de exposição de trabalhos realizados pelos utentes; Destinam-se a comemorar as festividades marcantes do Ano, nos quais podem participar os familiares, mobilizando a comunidade circundante.
- Baile Semanal; Promove o convívio entre os utentes.
- Piqueniques, aproveitando o ar livre e o convívio.

Psicológicas:
- Psicodrama; Promove um melhor conhecimento do próprio e um mais adequado relacionamento com os outros.
- Dinâmicas de Grupo; Promove o conhecimento Interpessoal e Motivacional;
- Risoterapia; Promove a boa disposição, estreitamento de laços sociais e tonús muscular.
- Actividades de Terapia cognitiva; Orientação espácio-temporal, Funções Executivas, Atenção e Concentração, Julgamento e discernimento, Depressão, Memória, Actividades para Idosos que sofram de Demência e Alzheimer, Perturbações da Ansiedade e Perturbações Somatoformes.
- Avaliação psicológica.

Outras:
- Levantamento de interesses dos Idosos; Promove a motivação do Idoso em actividades que podem ser efectuadas pelo mesmo.
- Cuidar de animais.
- Serviço de atenção informação e orientação de Trabalho Social: Pensão Social de Velhice; Programa de Apoio 65 – Idosos em Segurança; Complemento Solidário para Idosos; I.R.S. – Imposto sobre os Reformados.
- Programa de voluntariado social; Visitas a doentes ao Hospital e utentes que residam em Lares residenciais. Promove o sentimento de utilidade e responsabilidade, assim como o convívio.
- Teleassistência; Ajuda e atenção telefónica permanente para os Idosos não se sentirem sozinhos: mobilização dos recursos necessários em caso de urgência médica e/ou urgências sociais, companhia, conversação, lembrete de consultas médicas ou tomada de medicação.
- Programa de cuidar ao cuidador: Sessões de grupo de apoio psicoterapêutico para familiares e cuidadores principais de pessoas Idosas dependentes.
- Programa Respiro familiar ao Fim de Semana: Consiste num conjunto de serviços proporcionado pelo Centro de Dia ao Fim de Semana, cujo objectivo é proporcionar o descanso ás famílias, que durante a semana, cuidam de pessoas Idosas.
- Dinamizar actividades que promovam o encontro de comunidades de freguesias distantes entre si.
- Workshops de Acompanhamento, Animação e Apoio Domiciliário de Idosos.

As actividades acima citadas permitem valorização pessoal, interacção social, apoio psicológico e orientam um trabalho possível, a viabilizar junto da população Idosa promovendo a sua qualidade de vida.

 RECURSOS HUMANOS
O Animador Sócio cultural/ Psicólogo/Terapeuta ocupacional é o profissional que organiza, coordena e/ou desenvolve actividades de animação e desenvolvimento sócio cultural de grupos e comunidades, inseridas nas estruturas e objectivos da administração local ou serviços públicos ou privados de carácter social e cultural.

As principais competências são:
- Identificar carências e potencialidades sociais, comunitárias e institucionais   na sociedade em que estão inseridos;
- Programar um conjunto de actividades de carácter educativo, cultural, desportivo e   social, no âmbito do serviço onde está integrado e das necessidades dos grupos ou   comunidades;
 - Organizar, coordenar e/ ou desenvolver actividades diversas no âmbito dos   programas, tais como ateliers, visitas a diversos locais (museus, exposições),   encontros desportivos, culturais (debates, conferências) e recreativos;
 - Conceber e executar individualmente ou em colaboração com grupos, suportes   materiais para o desenvolvimento das acções;
 - Encontrar múltiplas alternativas na utilização de novas técnicas e materiais,   nomeadamente para o desenvolvimento de actividades desportivas;
 - Avaliar os projectos de intervenção sócios culturais/ desporto em colaboração com outros profissionais.

Princípios:
- Respeitar as diferenças religiosas, étnicas e culturais;
- Promover a autonomia e qualidade de vida;
- Respeitar o Idoso quanto á sua individualidade, capacidades, potencialidades, hábitos, interesses e expectativas;
- Promover a participação activa dos Idosos e familiares nas actividades;
- Promover a comunicação, convivência e ocupação do tempo do Idoso.

O papel do psicólogo deve compreender os seguintes aspectos:
1-     A responsabilidade pela reunião ser claramente estabelecida pelo profissional;
2-     O objectivo da reunião ser claramente exposto;
3-     O dizer que já tinha falado com cada membro da família, faz realçar que não coloca um deles numa posição de poder especial;
4-     Ao perguntar “Que planos fizeram?”, significa que quer decidir com eles a solução dos problemas;

O Psicólogo aceita a responsabilidade, encarrega-se da reunião, trata os membros da família de igual modo e trata-os a um nível adulto, esperando que eles, como um grupo, resolvam o problema com a assistência do psicólogo.
Se um dos objectivos do manuseamento familiar e obter mais abertura, mais honestidade, e maior liberdade de comunicação entre os membros da família, ter o idoso presente e envolto na discussão, será um dos passos para a comunicação aberta sobre o problema em questão.
O Psicólogo deve procurar padrões de comunicação, como por exemplo:
-  Nunca usar   afirmações de acusaras;
-  Nunca usar a  forma negativa nas perguntas ou nas afirmações;
-  Intervir, sem interferir, isto e, não perturbando o funcionamento “normal” da família;
-  Não ser demasiado inquisitivo


















VII - METODOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO E INTERVENÇÃO

No que diz respeito à metodologia utilizada, foi realizada uma observação directa e participantes, conversas informais e visitas domiciliarias, nos diversos trabalhos que realizei nas funções de Psicóloga e Animadora Sócio Cultural em alguns lares ou residências para a Terceira Idade, assim como serviço prestado como voluntária no acompanhamento domiciliário.
As principais actividades realizadas foram:
- Campeonatos de Sueca, Damas, Dominó, entre outros, que promove o convívio, a motivação e estimula a competição.
- Atelier de Cerâmica e artesanato que Promoveu as capacidades individuais de cada Idoso.
- Visionamento de programas de Televisão e de rádio, sendo no final debatido os assuntos versados.
- Perguntas adaptadas do Jogo Trivial.
- Provérbios e adivinhas.
- Atelier de Leitura de histórias, contos, poesia, conferência; Convidando os Idosos a contarem a histórias por eles conhecidas ou por convidados especiais para o efeito.
- Atelier de música; Canções cantadas pelos utentes ou convidados especiais que promoveu a participação dos utentes que tocam instrumentos, assim como o efeito de musicoterapia.
- Dinâmicas de Grupo, que  Promoveu o conhecimento Interpessoal e Motivacional;
- Actividades de Terapia cognitiva; Orientação espácio-temporal, Funções Executivas, Atenção e Concentração, Julgamento e discernimento, Depressão, Memória, Actividades para Idosos que sofram de Demência e Alzheimer, Perturbações da Ansiedade e Perturbações Somatoformes.
- Avaliação psicológica.
- Levantamento de interesses dos Idosos que  promove a motivação do Idoso em actividades que podem ser efectuadas pelo mesmo.
Foram ainda realizadas algumas visitas domiciliárias, que proporcionaram conversas informais, de acompanhamento e de convívio em geral.


VIII - AVALIAÇÃO DO PROJECTO

.
A Importância da avaliação prende-se com o facto de evidenciar os resultados da intervenção: a avaliação não apenas permite verificar os resultados obtidos, fornecendo informação de forma partilhada e promotora da igualdade de capacidades e conhecimentos.
Para além disso, a avaliação é o principal instrumento de apoio à replicação e reprodução
alargada das boas práticas, porque permite compreender tanto os sucessos como os insucessos das acções desenvolvidas.






















IX - CRONOGRAMA DO PROJECTO
 






























X - REFLEXÃO INDIVIDUAL

O envelhecimento da população observa-se em todos os países, em especial nos mais industrializados. O envelhecimento individual não é um estado, mas um processo diferencial de degradação. Os indivíduos envelhecem, assim, de formas muito diversas e, a este respeito, podemos falar de idade biológica, de idade social e de idade psicológica, que podem ser muito diferentes da idade cronológica.
O estudo do envelhecimento reduz-se a estudar a causas endógenas e exógenas. O psicólogo interessa-se especialmente pelo sistema nervoso que elabora os nossos comportamentos e as nossas representações. O sistema nervoso não escapa à regra, sofrendo, também ele, modificações importantes durante o envelhecimento. Uma compreensão dos mecanismos do envelhecimento das estruturas nervosas é, assim, uma das condições de uma melhor interpretação das modificações comportamentais do envelhecimento.
A velhice é acompanhada por um forte aumento de heterogeneidade. Na verdade, se calhar nem deveríamos falar de velhice, mas sim de velhices. No quadro do envelhecimento normal, os especialistas distinguem a velhice habitual e a velhice bem sucedida. Esta última é conjunção de três categorias de condições: a saúde, a manutenção de um elevado nível de funcionamento cognitivo e físico (velhice óptima) e a manutenção e participação social. Existindo assim, diferentes tipos de “reforma”, correspondentes a sentimentos variáveis de velhice bem sucedida.
Apesar das redes sociais existentes, e neste caso, refiro-me às formais, bem como as políticas sociais vigentes, o número de idosos que permanecem nas suas casas sozinhos, muitos deles sem qualquer tipo de apoio, revelam-se numa quantidade excessiva.
Creio que o meu projecto, ainda que os idosos usufruam das actividades do Centro de Dia, contempla com a valência apoio psicossocial, assim proponho colmatar uma lacuna, que ocupa a mesma importância do aspecto físico, atribuindo a consideração que merece o aspecto psicológico e social.



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Vaz-Serra, A., (1986), O inventário clínico de auto-conceito, s.l., Psiquiatria Clínica.























ÍNDICE


INTRODUÇÃO......................................................................................................................3

I- APRESENTAÇÃO DO PROJECTO………………………………………………. …….4
    I– IDENTIFICAÇÃO DO PROJECTO …………………………………………………..4
    II – NATUREZA DO PROJECTO……………………………………………………….5
    III – FUNDAMENTAÇÃO DO PROJECTO ……………………………………………6
II- ENQUADRAMENTO TEÓRICO ……………………………………………………….7
     I – APRESENTAÇÃO DA PROBLEMÁTICA ……………………………………...…8
III- CARACTERÍZAÇÃO DA POPULAÇÃO ALVO …………………………………...24
IV- OBJECTIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS DO PROJECTO ………………………...30
V– METAS E ESTRATÉGIAS …………………………………………………………...31
VI- PLANO DE ACÇÃO ………………………………………………………………….34
VII– METOLOGIAS DE INVESTIGAÇÃO E INTERVENÇÃO………………………..40
VIII– AVALIAÇÃO DO PROJECTO……………………………………………………..41
IX – CRONOGRAMA DO PROJECTO…………………………………………………..42
X – REFLEXÃO INDIVIDUAL…………………………………………………………..43
BIBLIOGRAFIA...................................................................................................................44
ÍNDICE ……………………………………………………………………………………47

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